sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O JUIZ ATORMENTADO


Por MMendes

Num lugar não tão distante,
pensava um juiz preocupado,
em sanear suas finanças,
administrar o ordenado.

Ainda era meio do mês
e o salário tinha acabado.
Reduziu o consumo de vez,
mas o gasto havia dobrado.

Lutaria por reajuste,
Se estivesse estimulado...
O teto era um embuste,
deixou a idéia de lado.

Era um juiz honesto,
daqueles curtidos no sal.
Seu temor manifesto,
era parecer Nicolau.

Um pensamento esquisito
percorreu a sua mente.
De comer não necessito,
juiz é deus, não gente.

Trabalhando noite e dia,
dormia de vez em quando.
Da fome se esquecia,
e o tempo ia passando.

O que o juiz não sabia,
é que ele era humano.
Juiz de barriga vazia,
não subsiste neste plano.

Desnutrido e moribundo,
mil sentenças proferiu,
foi juiz até o dia,
que desta vida partiu.

Esta estória dá o tom:
Os Santos estão no altar,
Dinheiro demais não é bom,
também não pode faltar.

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