segunda-feira, 25 de abril de 2016

Pablito, história de pescador

PABLITO, HISTÓRIA DE PESCADOR

*MMendes

- Eu quero ir pescar. Disse Pablito desligando o telefone. Pablito iria viajar para visitar o bisavô, que prometeu ao bisneto que fariam uma pescaria.

Na semana que antecedeu a viagem Pablito contou e convidou todo mundo para a pescaria.

- Leandro, você pode ir pescar comigo. Vou pescar um tubarão enorme! Convidou até o porteiro na saída da escola.

Finalmente chegou o dia. Depois de uma longa viagem, ao entrar na sala da casa do bisavô Pablito deu de cara com um calendário de parede com vários peixes desenhados.

- Eu vou pescar aquele peixe de botão! Apontava o guri para o desenho do Tucunaré. O Tucunaré possui manchas que no desenho lembravam botões.

- E você vovô, vai pescar qual? Aquele de bigode? Apontou para o Pintado.

Estava mesmo entusiasmado com a pescaria. No dia seguinte, logo pela manhã Pablito, vovô, a vovó e o bisavô foram até o pesqueiro Zóio D´água, onde alugaram varas de pesca. O bisavô preparou as iscas, ajudou o bisneto a içar a linha. Depois de uns minutinhos...

- Ué vô, cadê o peixe? Perguntou.

- Para pegar o peixe tem que ficar segurando a vara quietinho, esperando até que o peixe fisgue a isca. Ensinou o bisavô.

O menino estava aprendendo uma grande lição. Para pescar o peixe é preciso tempo e paciência. O escritor russo Leon Tolstoi afirmara que de todos os guerreiros, o tempo e a paciência são os mais poderosos oponentes, o tempo tentando desanimar a paciência e a paciência esperando passar o tempo. Ao final a paciência usa o próprio tempo, que com seu poder mágico a tudo cura, fazendo com desapareçam as dificuldades e dissolvam-se os obstáculos.

Isso nos leva a recordar o experimento de marshmallow, cujos estudos comprovam que as crianças que aprendem esperar tendem a resistir mais às tentações, apresentarem melhor desempenho escolar e êxito na vida.

Enfim, num ato de sorte de iniciantes, Pablito fisgou um peixe. Acho que nós consideramos mais a boa sorte do pescador do que a má sorte do peixe. Não sei se poderíamos chamar mesmo de sorte, pois a boa sorte é justamente o que acontece quando o planejamento encontra a oportunidade, e o Pablito havia planejado essa pescaria por uma semana.

Precisavam ver a alegria do guri segurando a vara de pesca, enquanto o peixe resistia bravamente. O mais engraçado foi depois, escutar o Pablito contando como foi a pescaria.

- Que tamanho foi o peixe que você pescou Pablito? Perguntavam.

O menino respondia:

- Desse tamanho! Dizia abrindo os bracinhos exageradamente, sob o olhar sorridente do bisavô. Com certeza, um pescador reconhece outro pescador de longe.




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