terça-feira, 7 de junho de 2016

Pablito, brincadeira de cabaninha


PABLITO, BRINCADEIRA DE CABANINHA.

*MMendes

- Senhor Macaco, o dinossauro vem vindo?

Pablito conversava com um macaco de pano embaixo da cabana construída pelo lençol da cama levantado pelas pernas do vovô. Dentro da cabana vovô segurava o macaco, que ganhava vida por suas mãos e voz. Esse macaco era uma espécie de relíquia de família. Ele pertenceu à mamãe do Pablito, que ganhou do vovô quando ainda era criança. Muitas vezes o vovô brincou de cabaninha com a mamãe quando ela tinha a idade do Pablito. A vida é assim, vai e volta. Acho que é por isso que dizem que avô é pai duas vezes.

- Acho que ele está chegando! Sussurrou vovô pela vez do macaco.

- O dinossauro achou a gente!!!!! Gritaram vovô e Pablito assim que a vovó levantou o lençol, para entregar a mamadeira ao netinho.

Pablito pegou a mamadeira do dinossauro, digo vovó, e começou a mamar. Vovô o cobriu e lhe deu um beijinho de boa noite. A brincadeira da cabana é uma daquelas que o Pablito adora. Um antigo provérbio escocês afirma que “o perigo e o prazer andam de mãos dadas”.

Há nessa brincadeira um valoroso aprendizado: “Não deixe o medo te dominar, enfrente-o com coragem, pois do outro lado do pano que cobre nossos olhos há uma verdade que é libertadora”.

“As pessoas têm dificuldade de abandonar seus sofrimentos. Por medo do desconhecido, elas preferem sofrer com o que é familiar”, disse Thich Nhat Hanh, monge tibetano. Quando enfrentamos o medo temos a chance de ir além, atravessar o horizonte da segurança, caminhar pela estrada da coragem e vencer o desconhecido. Aquele que recua diante do medo nunca verá nada de novo.

A brincadeira entre crianças e adultos é uma espécie de jogo que pressupõe igualdade entre os jogadores. O lúdico ajuda as crianças abrirem um espaço no mundo, a exercitarem seus aprendizados e construirem suas identidades. Mas, sem dúvida, para os adultos a brincadeira ajuda a não envelhecer, a encontrem graça na realidade da vida as vezes é tão dura. Como disse o médico americano Oliver Wendell Holmes “Nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar”.

Obrigado meu netinho, por não me deixar envelhecer!

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