segunda-feira, 24 de abril de 2017

Pablito, azul é a cor do encontro, do céu e do mar



PABLITO, azul é a cor do encontro, do céu e do mar

*Por Marco Mendes


Numa manhã de céu azul claro e sem nuvens, a caminho da escola Pablito estava a sonhar:

- Vovó, você sabe por que o céu é azul?

- Acho que eu não sei não, Pablito.

- Ah vovó, é porque ele fica pertinho do mar! Você não sabia que o céu encontra o mar?

O encontro do céu e do mar contém um simbolismo tão imenso, mas cabe no coração de Pablito. Acho que é porque o coração do menino é assim como uma janela para a vida, como poetizou Carlos Drummond de Andrade: " o mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar".

Afinal, encontro do azul do céu e do mar será uma cor em si, será uma nostalgia ou uma questão de distância que o coração quer alcançar? E para onde nos leva o azul? Não há outro azul na vida que não seja o azul do céu e o azul do mar. No céu o infinito azul do sonhar, no azul do mar floresce a vida, no encontro dos dois a vontade de viver, sonhar e amar. Amar é assim um elo entre o azul do céu e o azul do mar.

Ah, o coração de criança de Pablito ainda tem tempo de olhar para o azul do céu e sonhar com o mar. O entardecer da vida talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos de consumo e preocupações vãs que nos impedem de sonhar.

Todos nós buscamos fugir das tormentas para além dos horizontes, levados pelo sopro do vento que nos tire de uma vida de terrível calmaria. Pablito tem um coração de marinheiro aventureiro, que sai em busca dos tesouros escondidos, para aqueles que ousam cheios de esperança, transpor os horizontes que nunca estão no mesmo lugar. O coração sabe que para além do horizonte há um porto seguro, onde aguardam os amores deixados e que ansiamos por reencontrar.

Pablito desperta para aventura da vida guiado pelo azul, que leva ao encontro. Caminha ensinando, talvez ouvindo os conselhos do poeta Tim Maia, que nesta vida é preciso buscar sempre algum motivo prá sonhar, ter um sonho todo azul, azul da cor do céu, azul da cor do mar.

Obrigado meu netinho, por me fazer olhar para o céu, sem esquecer de que para alcançá-lo é preciso navegar pelos mares da vida, buscar o encontro do azul que nos leva ao céu quando estamos dispostos a amar.

E para você eu meu querido, dedico essa poesia de Carlos Drummond de Andrade: " Se um dia olhar para o céu e não te ver, é que sou a onda do mar e não consigo te esquecer, sou feliz do teu lado sem do seu lado estar, pois você é isolado no meu modo de pensar, quando estou triste e não tem solução, lembro que você existe e mora no meu coração!"

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