PABLITO, TROCA DE PAPÉIS.
*MMendes
Pablito pediu ao vovô que também se sentasse no chão do quarto de brinquedos e lesse um livro sobre a vida dos dinossauros. Vovô até começou ler, mas logo depois do almoço o corpo sofre uma espécie de torpor. Acometido daquela leseira vovô deu uma parada na leitura...
- Vovô, o que foi? Perguntou Pablito.
- Ah, Pablito, me deu sono meu querido. Disse vovô fechando o livro e deitando-se ali mesmo no chão.
Então Pablito levantou-se, pegou o travesseiro que estava sobre o sofá e acomodou cuidadosamente a cabeça do vovô. Depois chegou perto e deu-lhe um beijo no rosto.
- Durma com os anjos vovô. Quanto você acordar a gente continua.
O coração do vovô sem encheu de ternura. Pablito estava cuidando do vovô. É como disse Madre Teresa: “Ao cuidar do outro, ofereça-lhe também o vosso coração”. Aquele que nos olha com amor, lembra-nos a todo instante que temos valor. O cuidado nasce justamente do sentimento de pertença, que é o respeito à comunhão que todas as coisas entretêm entre si e conosco. Assim como o coração do vovô estava com o neto, o coração do neto também estava com o vovô.
Vovô e Pablito estavam ali vivendo papeis opostos. O vovô recebendo o cuidado e o Pablito cuidando do vovô. Ali puderam se conhecer mais profundamente. O vovô sabia agora como se sentia o netinho quando recebia seu cuidado e o Pablito sabia como fazia bem ao vovô cuidar do netinho.
Viviam na realidade a poesia de Jacob Levy Moreno: “E quando estiveres próximo tomarei teus olhos e os colocarei no lugar dos meus e tu tomarás meus olhos e os colocarás no lugar dos teus. Então te olharei com teus olhos e tu me olharás com os meus”.
Agora eu sei meu netinho, que o gosto do amor que eu te dou tem um sabor inconfundível de estar repleto de felicidade.
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