segunda-feira, 9 de maio de 2016

Pablito, alma de poeta

PABLITO, ALMA DE POETA

*Por MMendes

- Espere um pouco. Disse Pablito correndo para detrás da parede da passagem lateral da sala de estar.

- Vovô, agora você me apresenta!

- Senhora e Senhores, vovós e mamães, agora com vocês, Pablito o grande poeta! Anunciou vovô apresentando a neto, que correu para lance mais alto da sala e começou a declamar a poesia, As Borboletas de Vinícios de Moraes, que havia aprendido na escola.

No final daquela tertúlia Pablito gritou:

- Vem vovô, me dá um abraço! Os dois se abraçaram e rodopiaram pela sala festejando a vida.

Através da poesia o menino transformava a palavra em brinquedo. Na poesia o que importa não é a realidade, mas a imaginação que se pode despertar com o jogo de palavras. Pablito encheu a sala da casa do vovô de luz, borboletas brancas, azuis, amarelas e pretas.

Quem planta amor atrai mesmo borboletas, pensava vovô, concordando com Walter D. Elhers quando disse: “Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela”. Vovô saboreava os frutos do amor vivido no ambiente familiar e regozijava-se com as borboletas declamadas pelo neto.

Quando somos amados é mais fácil aprender amar. Longe de ser um sentimento, amar é uma visão do outro e do mundo, capaz de acolher todos e fazer o bem a cada um. Quando amamos transformamos tudo o que tocamos. Chaplin traduziu a modernidade como o mundo que precisa muito mais de humanidade do que tecnologia. De fato, necessitamos mais da poesia, da afeição e doçura, do que de inteligência racional, pois sem essas virtudes, o futuro estará perdido e a vida será pura violência.

Amar não é fácil! A melhor explicação sobre as dificuldades e vantagens do amor é aquela que a flor deu ao Pequeno Príncipe na obra de Antoine de Saint-Exupéry: “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”.

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