sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ELVIRA

ELVIRA
* Por MMendes

Esta poesia dedico à minha mãe, que está com Alzheimer


Vim ao mundo, esperava ser teu.
Cheguei na hora, te surpreendi.
Carecia de amor, não era do meu.
Naquela hora senti que te perdi.

Faltava-lhe do pai o grande amor,
um vazio que não pude preencher.
Ao contrário, causei grande pavor,
o destino me fez com ele parecer.

O tempo passou, a vida levou.
Tentei conquistá-la, não consegui.
Quase morreu, você definhou,
mas ficou perto, como sempre pedi.

Peguei tua mão, beijei tua face,
fitei teus olhos, você nem notou.
Te acalentei, num doce enlace,
Cantei prá você, sequer escutou.

É cedo! Disse eu. Você levantou.
silenciosa se foi, lábios carmim.
adeus meu amor, saudade ficou,
sepultou contigo, parte de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário