sábado, 23 de março de 2019

PABLITO, o que cabe no meu mundo




PABLITO, o que cabe no meu mundo

*Por Marco Mendes

Pablito dirigiu uma pergunta a todos os que estavam na varanda da casa do vovô:

- O que não cabe no seu mundo?

- O que não cabe no meu mundo é preguiça! Respondeu ele ao seu próprio questionamento.

- E o que cabe no seu mundo? Perguntou-lhe a vovó.

Então o menino respondeu:

- O que cabe no meu mundo é o amor.

A técnica da pergunta exige que a pergunta seja feita antes de designar-se alguém para a resposta, assim como fez Pablito, para não liberar os outros da necessidade de ouvir a pergunta.

Saber perguntar é uma das habilidades mais importantes, pois as perguntas são as portas estreitas que nos levam a horizontes abertos de novas verdades. Pablito utiliza técnicas de um mestre!

O psicanalista Carl Jung afirmara que “todos nós nascemos originais e morremos cópias”, porque muitos perdem a sua identidade no decorrer de sua jornada. A pergunta de Pablito era profunda, pois queria saber que coisas deixaríamos entram pela porta do nosso mundo e fazer morada em nosso coração. Aos cinco anos de idade o netinho parece saber que determinadas coisas que permitimos entrar em nosso ser têm o poder de destruir-nos, e só estaremos protegidos se o amor fizer morada em nosso coração.

Pablito já aprendeu que onde o amor entra, não sobre espaço para a maldade. Onde reina o amor, só há espaço para a felicidade.

Obrigado Mestre Pablito, por lecionar o amor em cada canto desta casa.

sábado, 26 de janeiro de 2019

PABLITO, tempo não é dinheiro






PABLITO, tempo não é dinheiro

21 de janeiro de 2019

Por Marco Mendes


A Lívia, amiguinha do Pablito veio visitá-lo. Entraram correndo em meu escritório e me provocaram a brincar de pega-pega.

- O vovô não pode brincar agora. Respondi.

- Por que não? perguntou a amiguinha.

- Porque eu estou trabalhando.

- E para que você tem que trabalhar?

- Para ganhar dinheiro! Respondi de maneira rápida.

- Ah, já sei. Deve estar rico! Finalizou a espirituosa menina. Ou seja, tem tanto trabalho que não tem tempo para brincar.

Não sei porque crescemos e desaprendemos a viver a vida. A sabedoria das crianças é a prova de que a simplicidade está na essência de toda sabedoria.

De fato, Lívia tem razão: Tempo não é dinheiro. Na realidade são riquezas distintas. Embora o dinheiro seja importante para os adultos, porém em qualquer idade o tempo é muito mais valioso que o dinheiro. Renato Russo já disse, em outras palavras, que tempo é vida, porque todos os dias quando acordo, percebo que estou um pouco mais pobre, pois não tenho mais o tempo que passou.

Para uma menina colombiana chamada Ana María Noreña, de 12 anos, dinheiro é uma “coisa de interesse para os outros com o qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos”. Sabedoria que nos ensina que a verdadeira amizade não está alicerçada no dinheiro.

Os adultos pensam que para conversar com uma criança devem descer ao nível deles. Mas a verdade é o contrário. Na presença de uma criança devemos nos esforçar para ficar à altura dela.

Adultos que somos, aprendemos que não podemos viver de brincar, apenas. É preciso trabalhar, produzir, auferir dinheiro para subsistir. Sem nos esquecer, contudo, que tudo tem seu tempo. O escritor russo Leon Tolstói disse: “A sabedoria com as coisas da vida não consiste, ao que me parece, em saber o que é preciso fazer, mas em saber o que é preciso fazer antes e o que fazer depois”.

Definitivamente a vida não é só trabalho, não é só ganha pão, não é só feita de obrigações de subsistência. É preciso sobreviver, no sentido de não exaurir todas nossas energias com o trabalho. É necessário permanecer vivo antes e depois do trabalho, para que o tempo não leve nossos dias, antes que possamos brincar, rir muito, confraternizar, amar, evoluir, contemplar a beleza da vida, descobrir e gozar aquilo que a vida tem a nos oferecer.

Obrigado Lívia e Pablo. Quando eu crescer quero ser assim como vocês.