terça-feira, 16 de outubro de 2018

PABLITO, ALMA NOBRE



PABLITO, ALMA NOBRE 

* Por Marco Mendes 

19/03/2018 

Em pé, aquele pitoquinho de gente abraçou o vovô na altura das pernas:

- Vovô, eu quero agradecer tudo o que você fez e o que você faz por mim. Eu te amo muito e muito. Vou te amar mesmo depois que você morrer.

O amor é mesmo mais forte que a morte. Pois quando morre o ser amado, o amor que sentimos continua vivo!

Fiquei pensando, o que Pablito saberia de fato que eu fiz a ele que mereceria um agradecimento? Como pode um ser tão jovem como Pablito já ter desenvolvido um sentimento tão nobre e elevado como o da gratidão?

Depois de refletir um tanto, cheguei a conclusão de que a força das orações da noite que o vovô e a vovó fazem na presença de Pablito, antes de dormir, nutre naquela alma pequenina com valores de família que recebemos de nossos pais e avós. Nessas orações agradecemos a Deus por tudo o que nos concedeu durante o dia, agradecemos às pessoas estiveram conosco, agradecemos a família, os filhos e o neto.

Como todos os outros valores, se ensina a agradecer com o exemplo, ensinando para as crianças as nossas próprias ações de agradecer. Mas, a verdadeira gratidão não deve ser um mero condicionamento social, um mero protocolo a ser cumprido, meras palavras decoradas: Obrigado! De nada.

A gratidão verdadeira é aquela que nos leva a agradecer tudo. Quem é agradecido tem um sentimento de pertença à toda vida que o cerca, jamais um sentimento de posse ou propriedade. Quanto mais exercitamos a gratidão, maior será seu significado em nós.

De manhazinha, quando a vovó leva Pablito para a escola, vão cumprimentando tudo o que há pela frente: Bom dia sol! Bom dia dona árvore! Bom dia nuvem com cara de camelo (disse Pablito). E cumprimentando a vida vão assim agradecendo por ela. Clarice Lispector parece resumir tudo isso numa frase: “E então eu soube: pertencer é viver”.

A felicidade está ao alcance de todo aquele que se entrega à vida com gratidão, mas foge para longe dos ingratos. Como disse o artista plástico John Miller, "o quão feliz é uma pessoa depende da profundidade de sua gratidão". Se depender disso, Pablito já é uma pessoa feliz. E nós mais felizes ainda, por ter um anjinho desse em nossa casa.

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