sábado, 26 de janeiro de 2019
PABLITO, tempo não é dinheiro
PABLITO, tempo não é dinheiro
21 de janeiro de 2019
Por Marco Mendes
A Lívia, amiguinha do Pablito veio visitá-lo. Entraram correndo em meu escritório e me provocaram a brincar de pega-pega.
- O vovô não pode brincar agora. Respondi.
- Por que não? perguntou a amiguinha.
- Porque eu estou trabalhando.
- E para que você tem que trabalhar?
- Para ganhar dinheiro! Respondi de maneira rápida.
- Ah, já sei. Deve estar rico! Finalizou a espirituosa menina. Ou seja, tem tanto trabalho que não tem tempo para brincar.
Não sei porque crescemos e desaprendemos a viver a vida. A sabedoria das crianças é a prova de que a simplicidade está na essência de toda sabedoria.
De fato, Lívia tem razão: Tempo não é dinheiro. Na realidade são riquezas distintas. Embora o dinheiro seja importante para os adultos, porém em qualquer idade o tempo é muito mais valioso que o dinheiro. Renato Russo já disse, em outras palavras, que tempo é vida, porque todos os dias quando acordo, percebo que estou um pouco mais pobre, pois não tenho mais o tempo que passou.
Para uma menina colombiana chamada Ana María Noreña, de 12 anos, dinheiro é uma “coisa de interesse para os outros com o qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos”. Sabedoria que nos ensina que a verdadeira amizade não está alicerçada no dinheiro.
Os adultos pensam que para conversar com uma criança devem descer ao nível deles. Mas a verdade é o contrário. Na presença de uma criança devemos nos esforçar para ficar à altura dela.
Adultos que somos, aprendemos que não podemos viver de brincar, apenas. É preciso trabalhar, produzir, auferir dinheiro para subsistir. Sem nos esquecer, contudo, que tudo tem seu tempo. O escritor russo Leon Tolstói disse: “A sabedoria com as coisas da vida não consiste, ao que me parece, em saber o que é preciso fazer, mas em saber o que é preciso fazer antes e o que fazer depois”.
Definitivamente a vida não é só trabalho, não é só ganha pão, não é só feita de obrigações de subsistência. É preciso sobreviver, no sentido de não exaurir todas nossas energias com o trabalho. É necessário permanecer vivo antes e depois do trabalho, para que o tempo não leve nossos dias, antes que possamos brincar, rir muito, confraternizar, amar, evoluir, contemplar a beleza da vida, descobrir e gozar aquilo que a vida tem a nos oferecer.
Obrigado Lívia e Pablo. Quando eu crescer quero ser assim como vocês.
Assinar:
Postagens (Atom)