PABLITO, A MAGIA DO AMOR
*MMendes
Pablito estava brincando com um martelinho de plástico e resolveu bater na cabeça do macaco de pelúcia. O macaco reclamou:
- Você me machucou. Pare com isso!
Sem se importar com os reclamos do macaquinho Pablito continuou a bater achando graça em velo gritar e chorar. Embora o macaco pedisse para parar o guri batia ainda mais.
Para quem não sabe, esse macaquinho é o bicho preferido do menino. Esse macaquinho conversa e movimenta-se pelas mãos e voz do vovô, quase como um fantoche. Vovô é, poderíamos dizer, o espírito do macaquinho! Diante daquele comportamento do netinho, vovô resolveu acabar com a brincadeira e parou de dublar o macaco. Vovô disse ao menino:
- A felicidade do macaquinho foi embora e agora ele é apenas um boneco sem vida. O bichinho só voltará à vida se você fizer uma mágica de amor.
Então Pablito apontou o martelinho para o macaco e gritou:
- Abracadabra!
O vovô explicou que mágica de amor é feita de carinho, de abraço e pedido de desculpas. Então Pablito aproximou-se do boneco olhou em seus olhos, pediu desculpa, o abraçou e o beijou e prometeu não mais bater no amiguinho. No mesmo instante o milagre do amor trouxe o macaquinho à vida:
- Eu te amo Pablito, disse o macaquinho.
- Eu também te amo, respondeu Pablito.
Fico aqui a me questionar: De onde vem o prazer sádico de se torturar alguém? Acho que a culpa foi do martelinho que Pablito segurava em sua mão. Apoderar-se de armas fatalmente nos conduz à violência e à guerra. Como disse Shakespeare, às vezes, a simples visão dos meios para fazer o mal, faz com que o mal seja feito.
Mas, quando Pablito viu-se na iminência de perder seu amigo, abdicou do poder para suplicar-lhe perdão e declarar seu amor. O gesto do menino reacende a esperança de que um dia o homem deixará de ser o senhor da guerra parar tornar-se o príncipe da paz.
O macaquinho ensinou ao Pablito que a violência, seja ela qual for, nos rouba a felicidade, os amigos e leva embora o prazer de viver. Gandhi afirma que que embora a violência seja da natureza humana, precisamos manter a não-violência como nosso objetivo e progredir fortemente nessa direção.
Os inseparáveis amigos demonstraram que o verdadeiro amigo é aquele que sabe pedir perdão, assim como o verdadeiro amigo é o que sabe perdoar.